terça-feira, 13 de agosto de 2019

Esta é apenas uma carta a alguém que tem me feito muito mal nos últimos dias e que eu me importava. Era uma vez uma menina numa fossa terrível, sem querer levantar da cama, quando uma pessoa se .mostrou amiga e resolveu ajudar a ver o mundo com bons olhos de novo. A menina levantou e andou, com ajuda, até que aparentemente ela conseguia voltar a fazer suas coisas sozinha. Então, essa menina antes triste agora tinha uma amiga. E tal qual o pequeno Príncipe ensinava, ela cuidou da sua rosa para que fosse única no mundo. Cuidou mesmo, ouviu, ajudou, deu apoio quando necessário. A menina fez até demais. Numa vontade louca de tornar tudo exatamente como a amiga merecia, ela tentou fazer coisas e meteu os pés pelas mãos. E a amiga ficou muito triste, chateada. Acontece que a menina triste aqui era border. Ao ver sua amiga triste, para ela era como se nunca mais fosse ver a rosa que ela tinha cuidado, nutrido e se importado. E a menina ficou muito, muito mal. A amiga, no entanto, se afastou, teve medo. A última coisa que um border precisa é de alguém com medo dele. Ele já se acha um bosta, imagina um bosta que ainda seja mau. A menina queria acreditar que o mundo é bom, queria acreditar que a rosa estava ali, mas ela não conseguia ver. E uma cratera se abriu. Já fazem umas 3 semanas que o buraco está aberto. Outras pessoas tentam ajudar, mas ninguém consegue entender que isso não fecha. Sabem o que é pior? É que existia motivo pra o buraco existir. Pensem comigo. Quando um amigo está mal, o outro deve estar do lado. Amigos de verdade não viram as costas. Então, assim como a percepção do medo de não ver a rosa é muito real, talvez seja real que a rosa nunca tenha existido. Senso de realidade, cadê você? Me dá um óculos com filtro pra enxergar que nem todo mundo é bom... Me ajuda a fechar esse buraco sozinha, porque se depender da rosa (que rosa?) ele permanecerá cada vez maior...

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

O jeito borderline de ser

Boa noite!
Após quase 10 anos de longas dúvidas, finalmente resolveram me dar um diagnóstico:

BORDERLINE

Mas, o que é isso? Pois é, sinceramente nem eu sei... Borderline é o nome que deram pra alguem que, como eu, sente demais, ama demais, fica triste demais, tudo demais... alguém pronfundo demais... Pela primeira vez em uma vida inteira eu concordo com um diagnóstico. Eu sou border. Um apelido carinhoso pra uma doença cruel. Não, ninguém queria ser border. Ser border só é bom quando o sentimento é bom. É ótimo amar demais quando tudo é retribuído. Você se sente a pessoa mais feliz do mundo. Basta uma atitude simples, como a pessoa te ligar no fim do dia pra dar boa noite, que você já fica radiante, dorme com os anjos, sonha que vão casar e ter 5 filhos. Essa é a parte boa de ter border. Mas essa parte dura muito pouco perto do vazio que existe dentro de você. Esse vazio nunca é preenchido. Coitado do namorado de uma border. Eu tenho pena dos meus ex namorados... A gente quer dar a eles o céu, mas ao mínimo sinal de que eles irão embora, tudo vira um caos. E esse sinal não é algo concreto, é imaginário mesmo. Meu senso de realidade existe, mas a maneira como eu interpreto o outro é distorcida. E aí começam todos os problemas! Se a pessoa não atende o telefone, eu já penso que não quer falar comigo, já penso que vai terminar, que a vida nao faz sentido, que uma parte de mim morreu. Eu sou assim com amigos, com namorado, com família. E numa tentativa desesperada de consertar as coisas, BUMMMM! Eu estrago tudo!! Assim eu perdi uma grande amiga. É uma dor que eu amargo há algum tempo. É uma dor que eu não queria amargar, porque eu achava que eu estava evoluindo bem, mas só achava mesmo. Nessa tentativa louca de ser melhor, as vezes eu me encho de remédio, pra eu dormir e esquecer a parte ruim que mora em mim. As vezes eu me encho de gin, tequila, vodka, vinho, whisky, o que tiver em casa. E olha, minha casa tem bastante bebida. Trouxe umas coisinhas não comercializaveis de fora do país, que são ótimas quando misturadas com álcool. Acesso livre a benzodiazepinicos também é algo que muda o curso da crise. É como se fosse um sonho. Um pesadelo na verdade. Tem uns 15 dias que eu vivo um pesadelo. Já parei de comer e beber água, já me cortei pra aliviar a dor emocional, já bebi até esquecer quem sou, já dormi por 24 horas, já dirigi de forma imprudente (quase diariamente, confesso), já fiz sexo quando e como não devia. Nada parece servir. É eu ouvi: "Você deixou de fuder? Não!!! Então você não tá doente!". Mal sabendo que isso é só mais um sintoma... Nada tira o vazio que eu sinto! E dói! Ninguém entende o quanto dói. Eu poderia ser a Angelina Jolie que ainda assim seria vazia por dentro. O que mais dói é que eu mesma estrago tudo. Eu não entendo o que as pessoas dizem. É estranho, mas eu não consigo captar os sentimentos dos outros porque é como se o outro fosse uma extensão de mim, então, ele deveria sentir como eu. E quando o outro age diferente do que eu acho que ele iria, eu fico perdida, enfurecida, vazia, com medo. É um medo tão grande de perder o outro, como se eu fosse perder um braço, como se minha mão direita fosse embora e eu não tivesse como escrever mais. É algo quase vital. Não são todas as pessoas que me importam assim, é verdade. Mas as que importam, meu Deus, não deveriam me entender mal. Eu queria que elas entendessem que esse medo é minha maneira meio louca de dizer que as amo. Eu queria que elas me ajudassem a sair dessa maluquice que é minha cabeça. Eu não quero fazer mal a ninguém. Eu sei que esse vazio é meu, não é culpa de ninguém. Mas eu queria ajuda pra cura-lo. Eu queria que as pessoas, ao invés de se afastar com medo de mim, me ajudassem. Eu queria ouvir palavras amigas, eu queria colo, eu queria que alguém me dissesse algo bom sobre mim, porque eu olho no espelho e só vejo coisa ruim. Alguém pode me dizer: "mas você é linda, loira, corpão, inteligente, sedutora, todo mundo olha pra você". Eu olho e vejo alguém que é descartável, que não é passível de ser amada, que é só mais uma qualquer num mundo de 7 bilhões de habitantes. A grama do vizinho é sempre mais verde, principalmente se você acha que seu solo é árido, desértico, onde em se plantando nada cresce... Lembram de Macabeia? Vem de maçã, mas sem o til e sem a cedilha, porque ela não era boa o bastante. As vezes eu só queria a minha hora da estrela. Ah, Clarice! Você provavelmente era border. Nunca vi alguém entender tão bem como me sinto! É uma dor eterna ser assim. Eu queria que tivesse cura, eu queria que fosse mais fácil, eu queria não me machucar, eu queria não machucar ninguém. É difícil ser border. Principalmente num mundo onde ninguém dá valor ao outro. Eu só sei que há 15 dias eu me afogo em mim e ninguem consegue me salvar. Eu me debato num mar de sentimentos ruins... Eu definitivamente preciso aprender a nadar sozinha...

sábado, 29 de dezembro de 2012

Pra te desvendar...

Ele escolheu não sentir. Simples assim, frio assim, como quem escolhe uma roupa de manhã. E ele sempre achou isso o máximo, certo de que era muito forte e que ser completamente racional era motivo pra medalhas. De longe eu pude ver ele atrapalhado entre os escudos, todo aquele teatro podia convencer muita gente, mas eu sempre soube que sentir não era uma opção e que tinha muito por baixo de toda aquela capa mal remendada. E tinha mesmo, uma pessoa linda, eu juro. Bem, bem escondida, trancada debaixo da cama, como aqueles monstros da infância. Acho triste, covarde e solitário. Fraqueza demais deixar uma pessoa te matar por dentro. Ele se via o herói de Tróia, eu via um guerreiro medroso abaixando a espada pra primeira bandida. E, por coincidência, teste ou algum tipo de missão, sou casa pra esse tipo de gente que se embaralha toda com essa coisa de sentir e acha mais prático ou cômodo se bloquear. E eu, toda atrapalhada por natureza, tenho que ficar ensinando, arrumando, resgatando, me bagunçando. Enfim, sou jogada no campo de batalha, sem aviso, sem nem que eu perceba. Só que, instintivamente, não sou do tipo que recua, meu ataque não é agressivo e isso, por incrível que pareça, assusta bem mais que uma estratégia friamente calculada ou uma fuga de mestre. Quem vive se escondendo atrás de uma máscara não suporta a ideia de alguém descrevendo e percebendo cada gesto por trás, tudo que é tão rigorosamente protegido e escondido. Tem gente que não quer ser resgatada e eu sou livre demais pra viver com alguém prisioneiro. Tecnicamente, não ganhei a batalha. Sinceramente, não fui eu que perdi.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A Morte da Esperança

No enterro vestia-se verde
Ainda esperavam que ela levantasse
E a terra foi sendo despejada
Gélida
Até que se enterrase por completo a esperança
E naquela terra
Plantaram uma flor
Mas ali não haveria de ter mais vida
Ali nunca mais nasceu nada

domingo, 21 de outubro de 2012

Justificativa


Vou-me embora pro Cabo Branco
Porque cansei do Rio Vermelho
Porque cansei da Amaralina
Porque quero ser sua menina
Vou-me embora pro Cabo Branco
Porque lá o mar é cielo
Porque lá o vento é brisa
Porque lá acolhe-me a vida
Vou-me embora pro Cabo Branco
Porque seus olhos azuis são como ímãs
Porque sem eles aqui é noite
Porque sem eles não enxergo um Salvador
Que não seja João Pessoa
Vou-me embora pro Cabo Branco
Porque amanhece em mim e anoitece em ti
Porque o sol e a lua serão início e fim
Porque...
Porque de tudo o que o Cabo Branco pode trazer
Quero a tranquilidade de poder ver
Todas as cores do mundo
Todas as cores dos seus olhos
Todas as cores que o Cabo Branco revela
De você e de mim

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Monalisa

Eu não sei se já vivi outros amores
Ou se já senti isso antes
Não lembro
Mas sei que a vida ganhou novas cores
Depois que seus olhos brilhantes
Na minha vida resolveram entrar
E meu sorriso de Monalisa
Pôde enfim mudar
De um sorriso amarelo
Misterioso
Sem graça
Pra um sorriso de felicidade estampada
Escrita com todas as letras
Pra quem quiser olhar
Lembro do seu beijo
Do seu perfume
Da textura da sua pele tocando a minha
E como numa tempestade
Tudo parece fora do lugar
Simplesmente porque você não está
Mas dentro do seu abraço eu me perco
E a calmaria pode se instalar
Fecho os olhos
Nem lembro de mim
Porque ali dentro está meu mundo
Inteiro
Protegido
Guardado entre seus braços
E de todos os abraços
Ah! Esses eu lembro!
O seu foi o melhor
O único onde eu pude me dissolver
Onde eu pude deixar a armadura cair
Onde eu pude de fato gostar de mim
Não é um anjo
(Ou talvez seja)
Mas nos seus braços eu crio asas
E sinto que posso seguir em frente
Tranquila
E sinto que você estará comigo
E só esse sentir já basta
Esse sentir é suficiente
Para que eu saiba
Que eu posso te empurrar
Que você não vai cair
Que eu posso te chamar pra longe
Que eu sei que você vai comigo
Não sei de onde vem tanta certeza
Talvez seja realmente um anjo
Talvez tenha vindo
Pra me tirar do chão
E me ensinar
Que eu também posso voar
E que se eu me perder
De vez no seu abraço
Justamente nesse dia
É que eu vou me encontrar

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Evolução de Espírito

Eis que em plena madrugada, com o sol prestes a nascer, eu me deparo com um pecado capital. Do outro lado da tela estava uma pessoa que se julga perfeita. Tão perfeita a ponto de julgar as outras. Em alguma encarnação muito antiga eu fui assim, tomadas as devidas proporções. Eu julgava e matava, tirava a vida de alguém simplesmente porque eu era a dona da verdade. Voltei a este mundo muitas e muitas vezes, para aprender que não tenho poder de julgar as pessoas. As características que a elas são dadas, de algum modo, refletem aquilo que elas devem superar aqui. Só que eu ainda não aprendi a lidar com pessoas menos evoluidas. Com pessoas que hoje são como eu fui um dia. Acho que um dos propósitos da minha encarnação é esse. Aprender a conviver, a precisar do outro, a enxergar o outro. Porque de tanto eu me achar auto suficiente, minha alma trouxe uma carga de superioridade. E querendo ou não, hoje eu sou evolutivamente superior. Pelo menos na questão espiritual. E encontrar alguém me julgando foi algo que a essa hora não me fez bem. Entalou. Desceu seco. Eu nunca disse que sou perfeita. Na verdade, inclusive, sei que estou longe disso ainda. Ainda estou em sagitário. Mas estou cada vez mais perto de peixes. Cada vez mais perto de não precisar mais voltar. Acho que também por isso cada vez mais eu gosto mais do outro mundo que do meu. E cada vez mais eu quero cumprir as minhas missões, que nem sei quais são, e ir embora. Quero aprender a entender o outro. Mas também, não quero todos ao meu lado. Quero comigo apenas aqueles que me entendam, que me escutem, que saibam exatamente como me sinto e que saibam a coisa certa a dizer. Quero ao meu lado pessoas que me conheçam além da armadura, além da casca, da impulsividade e da raiva. Quero pessoas que me viram pequena e que souberam crescer ao meu lado e me ajudar a crescer. E essa postagem, que começou com um grande acesso de raiva, por conta de uma pessoa menos evoluida, agora de transforma em algo renovador para o meu espírito. Essa postagem agora fala dos meus, dos que eu amo. Porque o amor é a maior forma de evolução. Então eu deixo a raiva de lado, proque ela não faz bem ao meu corpo carnal e muito menos ao meu espírito. Deixo entrar o meu orgulho em ter feito nessa vida grandes laços, em ver que existem pessoas nesse mundo muito mais evoluidas que eu e que vieram apenas para ajudar. Fecho meus ouvidos para as pessoas menos evoluidas. Não. Não sei como ajudá-las a crescer, porque eu ainda preciso crescer. Fecho os ouvidos para que meu espírito não sinta. E abro o coração para os meus amores. Para minha mamãe, meu papai e minha avó querida, que escolheram cuidar de mim lá em cima, mesmo sabendo como seria difícil essa tarefa. Para meus irmãos, que vieram pra de alguma forma me ajudar a enxergar duas pessoas tão diferentes dentro de uma mesma casa, nascidas de uma mesma barriga e convivendo comigo, as vezes em harmonia, outras não, mas sempre rumo à evolução espiritual. Porque nossos laços não são apenas de sangue, mas de alma. E nós três sempre estaremos unidos de alguma forma. Abro meu coração ao amor dos meus amigos de verdade, porque eles não são da minha família carnal, mas escolheram ser meus irmãos de alma. Obrigada de verdade por estarem ao meu lado de alguma forma, por me ajudarem a crescer de alguma forma, por saberem exatamente quem eu sou e ainda assim não fugirem correndo de mim. Obrigada! Eu amo vocês! E irei nomeá-los, porque pai, mãe, irmão e avó não precisa de nomeação, mas amigo de alma precisa. Amigo de alma é algo tão difícil de achar, que enxergar isso se torna quase impossível. E por isso eu digo aqui: obrigada Iveline, Bruno, Manuela, Monica, Thaiana, Alana e Lorena. Obrigada! Obrigada a todos que não quiseram correr de mim. Que, ao contrário, ficaram ao meu lado e me ajudaram sempre que precisei. Sou uma pessoa melhor por vocês e para vocês. Eu os amo!

Um beijo!

Thay

PS: "Não me compare, sou mesmo incomum!"