domingo, 19 de dezembro de 2010

Poeminha sem inspiração

Quando a inspiração faltar
Um bom copo de leite pode ajudar
Uma sopa quentinha
Uma pele macia
Um carinho, um olhar
Quando a inspiração faltar
O céu vai parecer escuro
As palavras em cima do muro
Não sabem o que vão encontrar
Quando a inspiração faltar
Vai estar no fundo da alma
Um sentimento a palpitar
Algo que quer ser exposto
Mas não é a hora
Não sei
Pode demorar
Quando a inspiração faltar
Falar de amor pode ajudar
Mas amar é verbo intransitivo
Nele cabe o infinito
Muita coisa pra falar
Nenhuma se pode explicar
Quando a inspiração faltar
Um papel em branco
Uma caneta
Uma sopa de letras
E nada a declarar

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Minha Cara Amiga (título adaptado de Chico Buarque)

Sabe aqueles dias que você acorda achando que nada vai bem? Tô por aí... Foi isso. Hoje foi um dia daqueles. Foi aquele dia chato, que você acorda querendo tomar um remédio pra dormir de novo e só acordar no outro dia pra ver se a sensação ruim passa. Mas a gente é gente. A gente vai levando. A gente levanta e joga água fria no rosto pra espantar essa gente mesquinha que vive por aí. Aprendi com você. E aí levantei. Levantei com os dois pés firmes no chão e o coração pulsante. Levantei pra dar uma face. Não levantei com vontade de dar a outra face. Levantei e segui, com pressa, pra o dia acabar logo. Levantei e caminhei em direção ao dia desconhecido e à sensação ruim que me esperava. Vamos lá! Pensei em você e as coisas pareceram melhores (bem melhores). Peguei nossas fotos, fechei os olhos e imaginei o que você me diria neste momento. E então deixei a sensação ruim adormecer. Ela dormiu tranquila. Parecia só uma sensação, nada de premonições, de sexto sentido, dessas coisas místicas que existem (ou não) por aí. Mas pra mim elas existem. Talvez por isso a sensação tenha acordado agora, quando meu corpo pede descanso. Desta vez tive que escrever. Tinha que colocar pra fora em palavras. E como eu gosto dessas palavras! Nós combinamos nisso. Vim atrás de suas palavras e acabei criando as minhas. Tive um contratempo, mas nada que tire meus pés do chão. Vi que as pessoas que eu esperava esbarrar durante o dia estavam alí, do outro lado da tela. E nem o refúgio da minha casa me protege. Mas Deus estava aqui. E estavam aqui na tela os seus olhos brilhantes. Rezei. Pedi a Deus por você. Pedi a Deus por essas pessoas. Pedi que fossem todas felizes como eu sou por saber que encontro em você alguém que consegue me tornar uma pessoa melhor a cada dia. E aí descobri que não importa se alguém duvida do meu amor por você. Amor é entre dois. Amor é entre eu e você. Ah, minha querida! Amar é verbo intransitivo. E só. Ponto. Quem quiser que faça perguntas. Amar se completa. E eu sei que você entende isso. Sei que é recíproco. Não é à toa que você e eu nos conhecemos. Deus tem um próposito. Eu podia ser indiferente a você, mas eu te amo. E se Ele quis assim, algum motivo deve existir. Deve haver explicações para aqueles momentos em que eu e você nos vemos e não precisamos dizer sequer uma palavra. Deve haver explicações para seu sorriso me dar forças. Deve haver explicações para você me abraçar tão forte. Mas eu não preciso dessas explicações. E nem você. Explicações são redundâncias. Explicações são desnecessárias diante de tudo o que sentimos. Basta o brilho dos olhos e os sonhos e planos. Não quero nada mais. Só quero mesmo deixar claro que o dia que parecia ruim não foi tão péssimo e isso mais uma vez se deve a você. Mais uma vez, quando pensei em você, as coisas ganharam um colorido especial. Mais uma vez, quando pensei em você, minha respiração voltou ao padrão de 16 incursões por minuto, meu pulso voltou aos 88 batimentos rítmicos e o meu hipotálamo abaixou a temperatura. Eis o seu poder curativo. Não é santa, eu sei. Mas tem o poder de curar as minhas angústias. Não é só humana. Não é. Acredito em anjos. Você é um. E eu continuei com os pés firmes no chão porque você segurou os meus joelhos, para que não se dobrassem. Muito obrigada por sempre. Obrigada por esses 10 anos. Obrigada por me fazer feliz, ainda que de longe, ainda que sem saber algumas vezes.
Eu te amo, Cá.
O beijo.
Buenas.
Hasta la vista.