terça-feira, 14 de agosto de 2007

Escrever

"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."

Sabe que eu gosto de ficar com raiva?! É quando as palavras parecem ter mais vontade de sair. Um momento de felicidade extrema é tão bom que elas não querem escapar, talvez como uma maneira de prolongar em mim aquela sensação boa. Mas num momento de raiva ou de tristeza é incrível como as palavras têm pressa de sair, de encontrarem no papel uma outra morada que não seja em mim, alterando meu metabolismo com o excesso de adrenalina que elas insistem em chamar para a festinha particular no meu organismo. Eu sou uma pessoa muito calma com quem merece, mas quando me tiram do sério acho que sou capaz de escrever um livro! Não se preocupem que eu não vou me prolongar muito por aqui... Já reclamei tanto que as palavras estão soltas pelo ar, indo embora para algum lugar distante e sendo recebidas no meato auditivo de alguma pessoa com paciencia suficiente. Tá, também não reclamem da minha insistência em utilizar os termos que são característicos da minha futura profissão, mas é que eu além de tudo preciso muito estudar! Quem sabe se os humanos usassem mais de 10% do cérebro eu não conseguiria estudar mais rápido?! Mas isso não vem ao caso! Às vezes quando estou com raiva fico remoendo, reclamando, triste, sei lá... Mas ultimamente tenho preferido pensar nas coisas boas que me acontecem para agradecer. Pensar nas pessoas que tornam meus dias mais felizes apesar de todas as dificuldades é uma experiência fantástica, um remédio maravilhoso para o meu estômago e para meus nervos! Mas sabe, é tão triste não conseguir confiar nas pessoas... Fico pensando se esse excesso de auto-defesa é mesmo bom. Talvez eu acabe perdendo a alegria que eu costumo levar no meu sorriso pra dar lugar a um ar melancólico e amargo. Tenho medo de deixar isso acontecer. Mas tenho medo de confiar nas pessoas. Sendo um pouco (ou muito) Machadiana, a vida é um grande intervalo do nada para lugar nenhum. Falam tanto em escolhas, mas no final, de que adianta? Existem vários caminhos para se chegar em um mesmo lugar. Poxa! Fala sério né?! Tô começando a dizer que a vida não tem sentido. Mas, na verdade, deve ter algum que ainda não consegui descobrir. Espero conseguir isso antes qu minhas células mandem sinais para a apoptose e comecem a lesão tecidual do meu cérebro, levando a uma perda irreversível de consiência ou a uma parada cardiorespiratória. Isso supondo que morrerei de morte morrida! (:P) Vai que algum doido desse mundo, que anda mais triste do que eu com essa vida louca e sem sentido resolve tornar a vida dele mais divertida acabando com a minha... Pronto! Acho que vou parar por aqui, senão vou começar a falar das mazelas do mundo e da politicagem do meu querido país, que apesar de tudo realmente ainda amo. "Terra adorada, entre outras mil és tú, Brasil, ó pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil."

Cantando isso ainda consigo ter um mínimo de esperança...


Boa noite (amém)!

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