segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Crise?!

O que escrever? Ai, ai, ai! Crise de escrita de novo. E eu que já estava pegando o rítmo novamente... Eis que de repente, não mais que de repente, as palavras resolvem se esconder. Aí lá vou eu abrir todas as estantes e procurá-las. Dou um giro no sulco pré-frontal, passeio pelo lobo occipital, chego no giro de Broca, e nada de encontrá-las. As danadinhas resolveram se esconder sério!!! Acho que é porque eu andava meio "de mal" com elas. Deixei de lado meus poemas e minhas composições, perdi um pouco o tino para as rimas, para os versos (brancos ou azuis, sei lá). Acho que os termos técnicos estão tomando conta de meu córtex (tá vendo?) e me deixando pouco inspirada. Não entendo porque uma paixão minha me rouba tanto tempo que outra tem que ficar renegada a um 2°, 3° ou 4° plano. Eis que me lembro de Clarice Lispector quando disse que era bom não entender. Clarice. Uma grande escritora. Fui apresentada a ela oficialmente aos 13 anos. Li A Hora da Estrela para o colégio. E esta foi a única boa experiência que tive com leituras obrigatórias. Mas já conhecia Clarice de muito antes. Não me lembro bem quando foi isso, mas lembro de ter ouvido um poema de Cecília Meireles (minha poetisa mor) na TV, quando eu era pequena. Ai fui procurar o poema para copiar. E me deparei com alguns contos de Clarice durante a procura. E me apaixonei! Acho que foi aí que me apaixonei pela leitura. Eu devia ter uns 7 anos. Ouvia Chico Buarque e lia Vinícius de Moraes enquanto todos os meus colegas colecionavam álbuns de figurinhas. Não me arrependo disso. Minha infância foi regada por bons autores, pela boa educação que eles passam. Afinal, que mulher não gosta de ser cantada por Chico? Ou que pessoa em sã consciência não gosta de entender o motivo das coisas que acontecem no mundo, ou com ela mesma? Minha paixão pela leitura foi muito além dos autores brasileiros. Fui crescendo e tendo uma sede imensa de ler cada vez mais. Maiakovski, Michael Moore, Galeano, Jostein Gaarder... Este último me mostrou o prazer da filosofia. Sinceramente, não gosto de política, mas sinto que a filosofia e a política estão interligadas por uma linha não tão tênue assim. O que me encanta são os abraços! Galeano incrivelmente fala de coisas cotidianas, e sobre política sim, mas de uma forma crítica que é inteligentemente sutil. Críticas inteligentes são as minhas grandes paixões. Eu não sou uma grande crítica. Sou uma pessoa contestadora, apenas. Apenas não! MUITO! Por isso leio tanto, para embasar tudo aquilo que eu quero discutir. Quando eu era pequena meu apelido era "deputada" porque eu amava fazer discursos e contestar tudo a minha volta. Eu amo falar!! Falo pelos cotovelos, acho que até dormindo. Falo muito, escrevo mais ainda. Minha paixão pela escrita veio da paixão pela leitura. Um dia eu li Drummond ("Procura da Poesia", antes de ler A Rosa do Povo) e descobri ali a minha paixão pelos versos. Comecei a escrever sonetos, versos alexandrinos, aprendi a metrificar os versos, conheci rimas ricas, pobres e poemas sem rimas. Gosto de escrever de todo o jeito. Escrevo sobre o ato de escrever, pois muitas vezes a metalinguagem me parece uma carta na manga para um bom texto. Deuses (mitológicos ou não) não me atraem na escrita, mas sim na leitura. E por causa disso ainda irei na Grécia! Adoro viajar. Talvez seja o outro motivo pelo qual escrevo. Escrever pra mim é viajar pra onde se quer, usando um ticket válido a qualquer hora em qualquer lugar: a palavra. Com um papel em branco e uma caneta, eu vou aonde quiser! E eis que consegui chegar onde estão escondidas as palavras. Acho que deu pra perceber né?! Cheguei no reino das palavras, e encontrei-as me esperando para usá-las, para escrever sobre qualquer coisa. Pois o grande barato é escrever. Não importa quando, como, o quê. Escrever é uma arte! Escrever é uma paixão sem fim. E agora as palavras ficam aqui me incomodando, querem sair todas de vez. Acho que é por causa delas que tenho insônia. Minha mente está sempre pensando, pensando, pensando... Mas não vou deixá-las sairem todas, não. Uma vez que saem, não há volta. Ficam aqui, vagando pelo mundo virtual, de tela em tela de computador, até serem lidas por alguém que, como eu, as ama. Por enquanto, as quero comigo. Apenas algumas. Só pra ter sempre o gosto de voltar, de escrever, de abrir a porta do coração, de descobrir no sitema límbico a maneira mais certa de derramar em palavras tudo aquilo que ele leva em impulsos nervosos.

Vou ficando por aqui.
Já contei histórias demais.
Até breve!

Um comentário:

Anônimo disse...

gostei disso aki..
qdo n tiver estudado pra tutoria, vo revisar aki, q tal?
da pra fexar 1 prova so com os assuntos desses posts! EOAheaohueahueao
+ serio, xou seu blog! curti..
=D

bjituuS thaaI!
;****